Neste período de pandemia, as viagens para países distantes ficaram adiadas. A vontade de viajar continua sempre presente nas nossas vidas. Assim, decidimos fazer uma viagem por terras do Algarve e do Alentejo. Dirigimo-nos para sul, num percurso pela estrada nacional em direcção à localidade de Estoi. Aqui estacionamos, junto à Área de Serviço para autocaravanas, na rua do cemitério.
N 37º 05´ 35´´ W 07º 53´46´´

Também é possível em alguns períodos do ano, estacionar no antigo terreno do campo de futebol que fica localizado mesmo ao lado. O cemitério que fica defronte, permite fazer o abastecimento de água em caso de emergência.

A nossa visita a Estoi começou pelas ruínas romanas de Milreu, uma vila romana decorada com mosaicos, com figuras que representam a fauna marinha, 22 colunas , tanques, onde pudemos ver como viviam os romanos entre os sec. I e IV d.C. Pressente-se a casa senhorial que existiu nessa época, com as instalações agrícolas, umas termas e um templo.
De seguida dirigimo-nos ao centro da localidade e, ao percorrer as suas ruas, deparamo-nos com algumas construções datadas do Séc.. XV. O sismo de 1755 teve aqui um forte impacto, levando posteriormente à restauração de edifícios em estilo neoclássico.

A igreja matriz de Estói, surge no largo Liberdade. Um largo pedonal, onde na esplanada dos cafés, podemos apreciar a igreja, com a sua torre sineira, em estilo neoclássico, onde se adivinham os seus vestígios medievais. Foi formada a partir de uma ermida, dedicada a São Martinho, mais tarde ampliada.
Devido às limitações do Covid-19, a igreja encontrava-se encerrada, não nos sendo possível admirar o seu interior que, segundo informações, tem um púlpito em mármore da região, uma custódia em prata dourada do Séc.. XVII e várias estátuas sacras de igual período. Será uma visita a repetir.
Dirigimo-nos ao Palácio de Estói. Contornamos o jardim do palácio, pelas vielas estreitas e muros altos e deparamo-nos com um belíssimo edifício. Um palácio com inícios do Séc. XVII e terminado no Séc. XIX, que segue a linha Rococó, famoso pelos seus jardins, fontes, estatuária e azulejos que pudemos testemunhar pelo caminho.
Neste momento está adaptado a pousada. Aberta ao turismo, permitindo que se usufrua deste palácio magnífico.
Pousada Palácio de EstóiEstói oferece também lojas de artesanato e restaurantes que mereceram a nossa atenção. Soubemos, através de um companheiro autocaravanista residente, que há uma festa anual que atrai milhares de pessoas. É a festa da Pinha, que se realiza nos dias 2 e 3 de maio. Uma tradição secular com uma vertente religiosa e outra pagã. Consiste no cortejo de carros, carroças, camiões e animais que fazem parte do cortejo, ornamentados com palmas vistosas, multicolores e originais. Depois da benção dos romeiros, desfilam pelas ruas gritando alegremente “Viva a Pinha“, dirigem-se ao Ludo para degustarem uma refeição com imensas iguarias. Depois empunhando archotes dirigem-se à igreja onde são recebidos por uma multidão, com um espetáculo de música e fogo de artificio. Ficou a vontade de regressar para viver esta festa.
Seguimos viagem abandonando o barrocal algarvio em direção ao mar. O nosso destino era a Área de Serviço para autocaravanas de Manta Rota. Esta zona de estacionamento para autocaravanas apenas está acessível, no período de 15 de setembro a 1 de junho.

Manta Rota, pertence à freguesia de Vila Nova de Cacela, no Concelho de Vila Real de Santo António.
N 37º 09´ 48´´ W 07º 31´ 23´´
A praia de Manta Rota faz parte de uma vasta área arenosa litoral que se estende desde a foz do rio Guadiana até à Península de Cacela, no extremo oriental da Ria Formosa. Gostamos de estar nesta praia. A partir do parque podemos fazer caminhadas até `a aldeia de Cacela Velha, caminhando na margem da ria Formosa ou junto ao mar, a observar a arriba fóssil, a calçada de origem romana, dunas e sapais. Podemos observar também diversas espécies de aves aquáticas, camaleões e bivaldes, como as famosas conquilhas, berbigões e lingueirões. As conquilhas apanhamos na praia, para nossa delicia.
Num dos passeios, dirigimo-nos a Cacela Velha., uma aldeia edificada sobre uma arriba fóssil, onde se vislumbra uma das mais belas paisagens sobre a Ria Formosa e sobre a praia. Nesta aldeia contam-se lendas sobre a passagem de romanos e árabes. Possui uma fortaleza, onde está instalada a GNR, uma igreja de origem medieval muito bem conservada, fornos romanos e vestígios de ruínas islâmicas. Cruzamo-nos com algumas moradias de arquitetura tradicional algarvia do Séc. XVIII, muito bem conservadas. Sempre que vamos a Cacela Velha ficamos encantados.
Para seguir a nossa visita vejam o vídeo